Notícias Automotivas - Carros - Direto do Japão: Salão de Tóquio 2011
Recuperação. Esta é a melhor palavra para definir o salão de Tóquio de 2011. Depois da fatídica edição de 2009, quando praticamente virou uma mostra doméstica – pois quase todas as marcas internacionais cancelaram subitamente a sua presença na exposição devido à crise internacional – o famoso salão asiático demonstra que não sucumbiu aos tempos difíceis e tenta provar que ainda consegue chamar a atenção de aficionados por automóveis tanto do Japão quanto de diversas partes do planeta.
Para isso o salão conta sempre com a ajuda preciosa dos concept-cars, especialidade da mostra japonesa. Devaneios mirabolantes ou soluções para o futuro, eles seduzem o povo nipônico, ávido por novidades, sejam tecnológicas ou de design.
Mas há também aqueles que estão mais próximos da sua versão de produção, como o VW Bulli, Mercedes-Benz Concept A-Class, Mitsubishi PX-Miev II (futuro Outlander) e os belíssimos Mazda Shinari e Takeri (futuro Mazda 6).
Por outro lado, estão os carros prontos para ganhar as ruas em poucos meses, neste aspecto, a exposição mostrou poucas mas importantes novidades, como os Toyota 86/Subaru BRZ – responsáveis por fazer renascer um segmento que andava esquecido no mercado.
Ainda no campo dos esportivos a Suzuki mostrou a versão japonesa do Swift Sport. Foram lançados também a nova Honda CR-V e o Mazda CX-5, para aquecer a mundialmente disputada categoria dos SUV. Nos compactos, as atenções eram divididas entre o ecológico Prius Aqua e o baixo-custo Mirage.
O Toyota promete um consumo de 37 km/l enquanto a Mitsubishi afirma que seu hatch será vendido por menos de 1 milhão de ienes (23 mil reais). No segmento Kei, a Honda apresentou o N Box, um tardio concorrente para os Daihatsu Tanto e Suzuki Palette.
Estranhamente a Nissan não teve nenhum lançamento importante e apresentou apenas concepts e a NV350, uma versão renovada da Caravan, concorrente da Toyota Hiace. Da mesma forma, a Daihatsu limitou-se apenas a apresentar carros conceito e sua linha vendida no mercado interno.
Já entre os estrangeiros, quase nada de novo. Mais uma vez as marcas italianas, suecas e americanas não participaram do salão (certamente por darem preferência aos salões chineses) e as francesas, germânicas e inglesas (estas apenas MINI, Jaguar e Land Rover) mostraram apenas séries especiais ou variações de modelos já existentes no mercado, como o Passat Alltrack ou o Audi A1 Sportback. Nem mesmo a esperada nova série 3 da BMW deu sinal de vida na exposição.
Alem das poucas novidades, o 42º Tokyo Motor Show também foi prejudicado pela mudança do local da mostra. Tradicionalmente realizado no Makuhari Messe, a falta de mais marcas participantes obrigou a organização do evento a utilizar um local com pavilhões um pouco menores.
Em consequência disso o salão deste ano ocorreu no Tokyo Big Sight, cujo local tem estacionamento limitado e o mais complicado de tudo: As áreas de exposição são muito distantes uma da outra – cerca de 600 metros as separam, tornando muito cansativa a visita (ainda mais com as pernas doloridas de tanto caminhar pelo interior dos pavilhões…).
Mercado interno e externo ainda se convalescendo, falta de lançamentos, escassez de expositores e local “inadequado” para o evento tiraram boa parte do brilho do Salão de Tokyo, mas ainda assim multidões de pessoas apaixonadas por carros continuam a visitá-lo bienalmente.
Contudo, a mostra japonesa parece perder a importância no cenário mundial, sendo substituída gradativamente neste quesito pelos salões de Pequim e Shanghai na vizinha China, um país em que há 15 anos atrás ninguém imaginava que viria a ser uma potência automobilística…
É… Parece que os japoneses já não estão mais com a “moral” de antigamente no mundo automotivo…
Por João Paulo Vizioli
Fotos Nelson Nanami





































































































































