Uma das minivans mais amadas da Chevrolet, a Meriva ainda tem seu público cativo, mesmo depois do encerramento de sua produção em 2012, quando foi substituída pela Spin.
Um projeto feito totalmente pela General Motors do Brasil, o modelo cativou até mesmo os europeus depois de sua estreia em 2001 no Salão do Automóvel de Detroit, quando foi apresentada como conceito de picape chamado Sabiá.
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Onde canta o Sabiá
No longínquo ano de 2001, o Centro de Design da GM no Brasil teve a importante missão de levar para o Salão do Automóvel de Detroit um conceito que chamasse a atenção dos gringos e da mídia especializada.
Desenhada pelos 64 designers do centro de design o conceito era um misto de picape cupê de quatro portas que estava antecipando o estilo visual da Meriva, que seria construída na base do Corsa C, e vendida também na Europa.
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O conceito tinha 4,4 metros de comprimento, 1,5 metro de altura, e 2,65 de entre eixos, o que fazia dela bem compacta. Suas enormes rodas eram de 20 polegadas – algo totalmente inviável para um modelo de produção.
A GM diz que o modelo poderia vir equipado com um motor 2.2 litros de quatro cilindros com supercharger, sem potência revelada. Mas também não descartava um motor 1.8 ou 2.0 aliados a uma transmissão automática.
Sua tração seria apenas dianteira.
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O nome veio derivado da ave Sabiá, que para os norte-americanos é extremamente exótica.
O conceito tinha quatro portas, com abertura do tipo suicida, onde a coluna B era eliminada, e facilita o acesso ao interior do veículo. Já a coluna C, era bem alta e larga, o que proporcionava uma acomodação melhor dos passageiros mais altos no interior do carro.
Os bancos traseiros ainda podiam ser reclinados, aumentando o espaço para as pernas e melhorando o conforto dos passageiros. Infelizmente não foi dessa vez que a GM teria sua picape de quatro portas derivada de um modelo compacto.
Mas todo o charme e visual foi transportado para a Meriva.
Meriva em um caminho inverso
Lançado em 2002, já como modelo 2003, a Chevrolet Meriva tinha a importante missão de substituir a Corsa Wagon, que já estava defasada em relação ao Corsa C.
Como era um projeto em conjunto com a Opel – ex braço direito da GM na Europa, a Meriva fez seu debut no país primeiro, mas as versões mais legais, motores e nova geração ficaram, claro, a cargo da filial Alemã.
Ao contrário do que ocorria, a Meriva atravessou o oceano na direção oposta, uma vez que projetos como Astra, Corsa, Vectra e Zafira vieram do continente europeu, onde atendiam pelo prefixo de Opel.
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Mas antes de nos atermos a outras versões e motores da Meriva na Europa, vamos falar sobre sua curta passagem em nosso mercado.
Meriva no Brasil de 2002 a 2012
A Meriva debutava no país com design sofisticado e elegante e dotado de um sistema de bancos inteligente, chamado de Flexspace, que permitia que o banco traseiro pudesse ser movido e até dobrado para aumentar o volume de carga.
Isso a colocou no topo de vendas do seu nicho por muito tempo, fora o seu design carismático e amigável. Conquistava fãs de Honda Fit, Fiat Idea e da Volkswagen SpaceFox. O modelo chegou com dois tipos de motores no início de sua jornada.
Duas variantes de motor 1.8, sendo a primeira com 8 válvulas e a outra com 16. A potência para o motor com 8 válvulas era de 102 cavalos e 16,8 kgfm de torque, sempre associado ao câmbio manual de 5 velocidades.
Na versão com 16 válvulas, o motor rendia 122 cavalos – bem que a GM poderia ter usado esse motor no Cobalt/Spin né? – Com 17,3 kgfm de torque. Ambos eram apenas movidos a gasolina.
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Já no ano seguinte, a Chevrolet deixa de oferecer o motor com 16 válvulas e aposta no motor 1.8 Flexpower que tinha 109 cavalos quando abastecido com álcool, e 105 cavalos com gasolina, já o torque era de 18,2 kgfm com álcool e 17,3 com gasolina.
O câmbio ainda era o mesmo de 5 velocidades manual.
Em 2004, a GM apresenta novas versões de acabamento para a Meriva, sendo elas a Joy, Maxx, Premium e SS – essa última com apelo esportivo, mas que continuava usando o mesmo motor das outras versões.
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Em meados de 2008, a GM apresenta a Meriva com câmbio automatizado Easytronic – mesmo que seja um projeto europeu, o câmbio trouxe muita dor de cabeça para ambos os lados, tanto para nós quanto para os europeus.
A opção de câmbio automatizado estava disponível apenas para a versão Premium.
Meses após o lançamento do novo câmbio, a GM apresenta a Meriva com opção de motor 1.4 8 válvulas, que desenvolve 105 cavalos quando abastecido com álcool, e 99 cavalos na gasolina. O torque com álcool fica em 13,4 kgfm, e com gasolina vai para 13,2 kgfm.
A caixa de câmbio para o motor 1.4 Flexpower era a manual de 5 velocidades.
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O câmbio Easytronic passou a ser oferecido nas versões Expression de entrada, Premium e SS.
No mesmo ano, a Meriva ganhava um discretíssimo facelift, onde o desenho da grade era mais limpo e o símbolo da Chevrolet era trocado pela gravata dourada, ela não ficava mais vazada e dentro de um círculo como se fazia a tempos.
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O fim dos tempos
Já em 2012, quando o modelo estava com 10 anos de mercado, e na Europa o modelo vendido sob as bandeiras Opel e Vauxhall, ganhava sua segunda geração.
No mesmo ano, a Meriva perde as versões Expression e SS, devido também a muitos problemas com o câmbio Easytronic.
Em julho de 2012, a Meriva encerrava sua carreira junto da Zafira, com a versão de despedida chamada Collection, que eram limitadas a 500 unidades de cada modelo, usando um tom esverdeado e um bom pacote de equipamentos.
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Meriva A: 2003 – 2010
Agora de volta ao tópico da sua longa jornada pela Europa, a nossa Meriva foi lançada no mercado europeu em maio de 2003.
Sua maior diferença nessa primeira geração, chamada de Meriva A, além da troca de logotipos eram as opções de motores a diesel, turbo e opção de câmbio automático, e não automatizado como no Brasil.
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De início a Opel Meriva vinha com o mesmo sistema Flexspace da versão nacional, que permitia que a segunda fileira de assentos pudesse ser movida para aumentar ou o espaço para os passageiros, ou o espaço para as bagagens.
Para o mercado europeu, a Opel Meriva (Vauxhall para o mercado do Reino Unido) dispunha de três motores movidos a gasolina, e um motor a diesel. Em meados de 2005, o motor de 1.6 litros a gasolina foi substituído por um motor 1.4 que era mais potente e muito mais eficiente.
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Meriva OPC – Opel Performance Center
A primeira geração da Opel Meriva foi agraciada com a versão da OPC – versão de alta performance da Opel, da qual nunca vimos nem a cor – que vinha com um belíssimo tom de azul e um motor de fazer inveja a qualquer GM nacional.
Um motor 1.6 litros, com turbo compressor, que rendia nada menos que 180 cavalos de potência e 23,45 kgfm de torque.
Fazia de 0a100 em 8,2 segundos, o que era muito rápido, se levarmos em conta que a Meriva mais potente aqui, com motor 1.8 litro flexpower com 109/102 cavalos fazia o 0a100 em 11,2 segundos e atingia a máxima de 178 km/h, enquanto a versão OPC chegava em 222 km/h.
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A suspensão apresenta alterações em relação aos demais modelos da gama: era mais baixa em relação ao solo, mais firme e possuía diferentes ajustes no eixo traseiro, de modo que altera a trajetória com maior facilidade.
A Meriva OPC era um carro sensível à desaceleração em curva, que pode ocorrer tanto na frenagem quanto quando o acelerador é levantado repentinamente. Isto dá-lhe um ponto de agilidade que não tem o resto da gama Meriva, reações mais abruptas e maior dificuldade de condução.
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O modelo ainda contava com controle de tração e de estabilidade, coisa que nunca vimos no modelo nacional.
Novas rodas com 5 furos, com pneus 205/40 de aro 17 deixavam o visual mais agressivo. Um novo para choque também acompanhava o modelo, que ganhava novo desenho para a grade inferior, superior e os faróis de neblina.
Os faróis ganhavam novos projetores, agora com opções de xenônio, ou até mesmo faróis com iluminação adaptativa – que seguem a posição do volante para iluminar melhor o caminho. No seu interior, novos bancos, com forração parcial em couro e um novo tom de azul completava o pacote visual.
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Meriva A – Facelift europeu
A Meriva recebeu um discreto facelift antes de trocar de geração em 2010. O modelo ganhava os mesmos para-choques da versão OPC e lanternas com lentes translúcidas.
O modelo seguiria assim sem alterações nos motores e na carroceria até meados de 2010, quando a Opel apresentaria sua segunda geração.
No caso dos modelos com direção do lado direito, eram aplicados os mesmos tipos de alterações. No caso da OPC, a Vauxhall, tinha sua versão local, que era chamada de VXR.
Motor, suspensão e acabamentos eram idênticos da versão OPC, as diferenças mais visíveis eram a direção do lado direito, e a troca de logotipo, sai o Raio, e entra o Griffo.
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Meriva B 2010 – 2017
A segunda geração da Opel Meriva foi apresentada durante o Salão do Automóvel de Genebra na Suíça em março de 2010.
O novo modelo era ainda baseado na plataforma do Corsa, que estava na sua quarta geração – D – da qual obtivemos apenas a plataforma para a família Onix/Prisma e Spin/Cobalt. Mas o novo modelo era significativamente maior que sua geração anterior, com 4,28 metros de comprimento, 1,81 metros de largura, e 1,62 de altura.
No que diz respeito a design, a Opel Meriva lançava um novo conceito ao apresentar uma minivan com sistema de portas suicidas. Chamadas de “FlexDoors” o conceito permitia um acesso mais fácil para os bancos de trás, mas ainda preservava a coluna B para dar mais sustentação ao veículo.
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No interior, o modelo adota um estilo mais parecido com o que era visto no Opel Astra e Insígnia.
O modelo ganhava também opções de teto solar, nas versões topo de linha. Já a gama de motores, eram três movidos a gasolina e dois a diesel. Havia uma versão 1.7 litro a diesel, que entregava 101 cavalos e 24,5 kgfm de torque, e atingia a máxima de 172 km/h.
Sua aceleração de 0a100 era de 13,9 segundos. Para esse motor, era disponibilizado uma caixa de câmbio automática de 6 velocidades – não mais a automatizada Easytronic de 5 velocidades.
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Para as versões a gasolina, existiam as opções de motores 1.4 litro turbo com 140 cavalos, e 1.7 aspirado com 130 cavalos, ambos os motores vinham acompanhados da caixa de câmbio de 6 velocidades manual.
Apenas uma outra variação do motor 1.4 turbo, com 120 cavalos, recebia a caixa de 6 velocidades automática. Em setembro de 2010, dois novos motores a diesel foram acrescidos na gama, sendo eles um 1.3 litro com 95 cavalos e 1.7 litro com 130 cavalos.
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Já a partir de 2011, foi introduzido a alguns motores o sistema Start/Stop, que visava a melhor economia de combustível.
Para 2014, a Opel apresenta um novo motor 1.6 CDTI chamado de ecoFLEX, que tinha potências diversas, tais como 95/94 cavalos, 110/108 cavalos e 136/134 cavalos. No mesmo ano, a Opel Meriva B, ganha um discreto facelift, que apresenta um novo desenho da grade, faróis, para choques e lanternas.
O modelo foi descontinuado na Europa em junho de 2017, dando espaço para o novo Crossover da Opel/Vauxhall – o Crossland X.
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Crossland X na Europa / Chevrolet Spin no Brasil
Como é sabido, nossa Chevrolet Meriva foi descontinuada em julho de 2012, juntamente com sua irmã Zafira.
Para não deixar os admiradores do modelo sem opções, a GM apresentou no mesmo ano a Spin, um modelo baseado na mesma plataforma do Onix/Prisma e Cobalt.
Dotado da mesma plataforma GSM para mercados emergentes – uma variação da plataforma do Opel Corsa D, a Chevrolet Spin se valia como uma minivan com opção de 5 ou 7 lugares, motor 1.8 flexpower e opção de câmbio automático de 6 velocidades.
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O visual da minivan, ou MPV, como a GM gosta de chamar, nunca foi seu forte, o modelo parecia muito desengonçado e até meio desproporcional, com seus enormes faróis e grade, o que lhe rendeu o carinhoso apelido de “Capivara” ou “Spinvara”.
Com seu motor já de concepção antiga, chamado de “Família I” o 1.8 litro rende 111 cavalos quando abastecido com etanol, e 106 cavalos com gasolina, e 11,7kgfm de torque, ele consegue cumprir bem seu papel de ser econômico e silencioso e poder carregar até 7 pessoas com suas bagagens.
Para 2014, o modelo ganha uma versão aventureira chamada Activ, que trazia molduras nas caixas das rodas, novas rodas, novo para-choque dianteiro e traseiro e o estepe vinha acoplado na traseira, seguindo a escola do Ford EcoSport, Volkswagen CrossFox, Fiat Idea Adventure e qualquer outro pseudo aventureiro.
O modelo acaba de receber seu primeiro facelift e traz um novo conjunto ótico, que lhe garante um visual mais acertado com o restante da carroceria, uma nova grade e para choques mais harmoniosos.
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E novas lanternas traseiras, tampa do porta malas – amém GM! – E novo para choque traseiro.
Uma nova versão da Spin Activ, também foi apresentada, agora sem o estepe pendurado na traseira – Amém de novo GM!! – No interior, um novo quadro de instrumentos, agora vindo o Chevrolet Tracker, novo volante e um novo revestimento e tampa do porta luvas completam o pacote de design.
Para o pacote de tecnologia, a GM introduziu um sistema que se assemelha ao “FlexSpace” da Meriva, que deixa mais fácil o acesso a terceira fileira de bancos. A versão 2019, ganha também o sistema multimídia MyLink2 com espelhamento de celular, compatível com Android Auto e Apple CarPlay.
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Enquanto nós recebíamos a Spin em 2012, os europeus se orgulhavam da segunda geração da Meriva, agora completamente concebida em solo europeu. O modelo ficou no mercado até meados de 2017, quando fora substituído pelo Crossover CrossLand X.
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Depois que a Opel/Vauxhall fora adquirida em 2017 pelo grupo PSA – Peugeot Citroën, o CrossLand X, é o primeiro fruto dessa nova companhia. Ao invés de usar alguma base ou tecnologia de origem GM, o novo crossover agora usa a base do Peugeot 2008.
Ele ganhou também uma versão para a terra da Rainha com o logo da Vauxhall. Ele possui versões com motores a diesel e gasolina e opções de câmbio manual ou automático.
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Ele também tem um irmão mais velho chamado GrandLand X, que compartilha base com o Peugeot 3008. É possível que o modelo ainda ganhe um novo companheiro, que será menor, e virá para substituir o Mokka X – Chevrolet Tracker no Brasil e Trax no Estados Unidos.
Por hora temos que nos contentar com a atualização de visual da Spin 2019, até meados de 2020, quando a GM apresentará a nova linha Onix/Prisma Cobalt/Spin e um uma nova picape e um novo SUV. Fica aqui nossa sugestão, caprichem neles – que eles façam jus aos modelos antigos.
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