A chegada do Hyundai Sonata ao Brasil provou que, muitas vezes, o visual pode ser o fator determinante na hora de trocar de carro.
Muito superior ao modelo da geração anterior em seu desenho e também no nível de equipamentos, o sedã fez barulho por aqui. A dificuldade em distanciá-lo do Azera, porém, acabou gerando dificuldades para a própria marca, e isso encurtou a vida do Hyundai Sonata aqui no Brasil.
Mas, enquanto ainda era vendido, quais foram as principais qualidades do modelo?
Sonata – detalhes
O Hyundai Sonata foi o primeiro carro da marca lançado no Brasil dentro da famosa filosofia da “escultura fluida”. Mais do que mero marketing, esse estilo realmente mudou o patamar do sedã lá fora, e isso acabou refletindo aqui também.
Antes desse modelo, o Sonata já tinha sido lançado em cinco gerações anteriores, a primeira em 1985. Na época, ele se destacava pela carroceria bicolor e pela tração traseira. Sem muito sucesso, o modelo ganhou uma nova geração pouco tempo depois, em 1988, passando a ser oferecido apenas com tração dianteira.
A Hyundai investiu pesado na linha de motores e na tecnologia nas duas gerações seguintes, que apareceram em 1993 e 1998, respectivamente. Entre as novidades estava um novo propulsor 3.0 V6, oferecido apenas em alguns mercados. Em 2005, quando a quinta geração foi lançada, o Sonata recebeu uma nova plataforma e os novos motores da família Theta.
Apesar de tudo isso, o visual continuava sem graça, e isso afetava diretamente as suas vendas. Foi apenas com a chegada da sexta geração, em 2010, que tudo mudou. E essa nós conhecemos bem, pois foi exatamente quando a marca decidiu trazer novamente o Sonata para o Brasil, depois do fracasso com modelos anteriores, entre 1994 e 2002.
Enorme sucesso lá fora trouxe o Sonata para o Brasil
A diferença visual era gritante, e as novidades mecânicas apenas aumentavam ainda mais a lista de qualidades do novo Sonata. Essa receita deu ao sedã da Hyundai o posto de carro do momento nos Estados Unidos, e as vendas explodiram.
De um modelo que via suas vendas cair (ficando em pouco mais de 100.000 unidades anuais), o Sonata pulou para mais de 200.000 unidades vendidas por ano. O recorde foi em 2012, quando 230.605 modelos foram para as ruas.
Foi por volta dessa época, e com muita expectativa, que o Sonata desembarcou no Brasil, sendo apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo de 2010. Sua vida não seria fácil, já que o segmento contava com Ford Fusion, Honda Accord, Toyota Camry, Chevrolet Malibu e o atualizado Volkswagen Passat.
O visual da sexta geração, que também impressionou por aqui, seria um dos seus trunfos nessa batalha.
Escultura fluida o tornava bonito e eficiente
A dianteira contava com faróis que invadiam as laterais e, junto com a grade cromada, formavam os fortes vincos do capô. Também saindo dos faróis estava uma linha cromada, que marcava a linha de cintura na lateral. Os espelhos retrovisores tinham repetidores de seta em LED, as maçanetas eram cromadas e as rodas tinham 18 polegadas.
A traseira tinha uma coluna mais caída, e lembrava mais o estilo de um cupê do que propriamente de um sedã. As lanternas, assim como os faróis, invadiam a lateral, tendo entre si um friso cromado para separá-las.
No geral, o Sonata havia crescido 65 milímetros em relação à geração anterior, o que lhe dava uma distância entre-eixos de 2.795 milímetros. Essa medida, junto com o comprimento de 4.820 milímetros e a largura de 1.835 milímetros, permitia aos ocupantes uma confortável vida a bordo.
Entre os principais itens de conforto e segurança, o Sonata tinha dez airbags, freios ABS, ar-condicionado automático dual zone, bancos em couro, piloto automático, bancos dianteiros com ajustes elétricos e teto solar. O porta-malas também não decepcionava e podia levar até 470 litros de bagagens.
O modelo chegava com uma única opção de motorização, e era a já esperada opção 2.4, de 16 válvulas e 4 cilindros. Atuando junto com uma transmissão automática de seis velocidades, com trocas sequenciais e aletas no volante, o conjunto entregava 182 cv e 23,3 kgfm de torque.
Mais caro que o Azera?
Nem todos os comentários em relação ao Sonata, em sua chegada ao Brasil, foram positivos. O seu visual chamativo, por exemplo, era elogiado pela maioria, mas criticado por alguns, que ainda preferiam algo mais sóbrio.
Deixando esse aspecto subjetivo de lado, porém, existia um fator que realmente incomodava em relação ao novo Sonata: seu preço. A Hyundai ainda contava com certa desconfiança por aqui, e combatia isso com carros mais baratos, que ofereciam uma excelente relação custo x benefício.
Mas esse não seria o caso com o Sonata. Seu preço havia sido inicialmente divulgado em R$ 85.000, mas logo isso foi mudado, e os valores começariam entre R$ 92.000 e R$ 95.000. Como se não bastasse, muitas concessionárias aproveitaram o fator lançamento, e passaram a oferecer o sedã por salgados R$ 105.000.
A concorrência oferecia modelos mais baratos, como o Ford Fusion, que tinha sua versão 2.5 sendo vendida por R$ 84.900, enquanto a top de linha V6 custava R$ 99.900. Outro concorrente que saía por um valor menor era o Chevrolet Malibu, que custava R$ 89.900.
Mas o que mais chamava a atenção era a própria linha da Hyundai, que tinha o Azera (um modelo supostamente superior, com motor mais potente) sendo vendido por R$ 90.000. É verdade que o Sonata tinha um visual atualizado, além de um projeto mais novo, mas esse posicionamento acabou gerando uma forte (e desnecessária) concorrência interna.
Sonata – mudanças e novidades com o tempo
Depois de seu lançamento por aqui, em 2010, o Sonata passou por alguns retoques em outros mercados, como a Coreia do Sul. Mas nada disso foi aplicado ao modelo “brasileiro”, e ele continuou com o mesmo visual.
Nesse meio tempo, a briga interna com o Azera ficou ainda mais forte (e confusa), pois o irmão maior ganhou um novo visual que o deixou muito parecido com o Sonata. A verdade é que essa mudança trouxe alívio para quem realmente queria o sedã menor, mas não concordava com o preço abusivo, e dor de cabeça para quem tinha aceito pagar o valor de lançamento.
Modelo retocado chega ao Brasil na linha 2013
Depois de alguns meses sem importar o Sonata, especialmente por seu posicionamento entre Elantra e Azera, a Hyundai trouxe uma versão retocada do sedã para o Brasil, sendo vendida por R$ 105.000.
Não foram muitas novidades, mas elas foram bem pensadas e pontuais. Por fora, o Sonata passou a ter faróis de xenônio com um visual diferente e novos faróis de neblina, enquanto as lanternas receberam iluminação em LEDs e um novo esquema de filetes. A antena passou a ser do tipo barbatana de tubarão e as rodas de 18 polegadas foram atualizadas.
As novidades internas incluíam uma nova tela multimídia de sete polegadas e sensível ao toque. Dentre as suas várias funções, estavam o navegador GPS, câmera de ré e conexão Bluetooth.
Fim da linha
Em fevereiro de 2014, depois de apenas alguns anos sendo importado para o Brasil, o Sonata deixou de ser oferecido pela CAOA. Na mesma época, o Veloster também saía de linha.
O motivo era óbvio e estava dentro de casa: a concorrência com o Azera. Se o valor de tabela dos dois modelos já era próximo, na prática eram quase iguais. Na época, alguém interessado num sedã da Hyundai podia encontrar o Sonata a R$ 110.000 e o Azera a R$ 112.000.
Com motor V6 e mais equipado, o irmão maior acabava quase sempre levando a melhor.
Antes disso, impulsionado por ser uma novidade, o Sonata chegou a fazer relativo sucesso no segmento. Suas vendas chegaram a mais de 800 unidades mensais, totalizando 7.756 unidades em 2011, caindo para 3.391 em 2012 e ficando em apenas 414 em 2013.
Sonata – versões
- Hyundai Sonata 2.4 16V
Sonata – equipamentos
Hyundai Sonata 2.4 16V – motor 2.4 16V de 182 cv e 23,3 kgfm de torque, com transmissão automática sequencial de seis velocidades.
ITENS DE SÉRIE: ABS, Acabamento cromado nos contorno das janelas laterais, Acabamento de luxo com couro nas portas e imitação de alumínio no painel, Airbag de teto dianteira, Airbag dianteiro para motorista, airbag dianteiro para passageiro e botão desativar para ocupantes, Airbag lateral dianteiro e traseiro, Alarme, Ar condicionado controle automático de temperatura com saída traseira e automático, Banco traseiro com capacidade para três lugares, encosto assimétrico, com assento inteiriço e voltado para frente, Bancos dianteiros individuais com ajuste de altura e ajuste lombar ajustável eletricamente, com quatro ajustes para motorista, memória, Carroceria com quatro portas tipo sedan entre eixos curto e Hyundai HF, Chave ou cartão inteligente (inclui trava central), Cintos de segurança no assento do motorista e do passageiro com pré-tensionador e ajuste na altura, Cintos de segurança traseiros no assento do motorista, cintos de segurança traseiros no assento do passageiro, cintos de segurança traseiros tipo 3-pontos no assento central retrátil, Cinzeiro na dianteira e traseira, Três apoios de cabeça com ajuste na altura nos bancos traseiros, Computador de bordo com velocidade média, consumo médio de combustível, consumo instantâneo de combustível e autonomia de combustível, Conexão externa para entretenimento inclui tomada com entrada auxiliar e inclui conexão USB, Controle de áudio montado no volante, Controle de estabilidade, Controle dos faróis com sensor de luminosidade, Descansa braço dianteiro central, Descansa braço traseiro central, Direção Assistida proporcional à velocidade, Distribuição eletrônica de frenagem EBD, kit multimídia com tela sensível ao toque de 7 polegadas, com rádio, CD, leitor de MP3, conectividade USB, Bluetooth, iPhone e iPod, sistema de navegação (GPS) e câmera de ré, Espelho de cortesia iluminado para motorista e passageiro, Faróis bi-xenon, Faróis de neblina dianteiros, Imobilizador, Indicador de revisões, Indicador de temperatura externa, Limpador de farol, Limpador do pára-brisa com intermitência variável e sensor de chuva, Luz de leitura dianteira e traseira, Luz no porta malas, Luzes tipo LED brake light, luzes laterais e luzes traseiras, Memórias de ajuste, Pára-choques na pintado, dianteiros e traseiros, Piloto automático, Quatro freios à disco com dois discos ventilados, Retrovisor interno com operação automática, Retrovisores das portas do motorista e passageiro com ajuste elétrico na pintado e luzes indicadoras, Retrovisores dobráveis com acionamento elétrico, Revestimento dos bancos em couro, Rodas dianteiras e traseiras em liga leve de 18 polegadas, Sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, Teto solar de vidro, elétrica e dianteiro, teto solar de vidro, não incluído e traseiro, Tomada com saída 12v dianteira, Transmissão automática com seis velocidades e modo manual no volante de direção, automática com modo manual e inclui tecla de troca de marchas, Travamento central remoto e sensível à velocidade, Vidro traseiro fixo com anti-embaçante, Vidros elétricos na dianteira com acionamento em um só toque, vidros elétricos na traseira, Volante de direção com ajuste de altura e ajuste na distância multifuncional.
Sonata – preço
O preço de lançamento do Sonata, ponto controverso em sua breve história por aqui, sempre esteve próximo dos R$ 100.000. Enquanto a marca o divulgava com valores abaixo disso, as concessionárias praticavam os valores que bem entendiam, já que muitos queriam ter o sedã em sua garagem.
Mesmo assim, numa prática comum em nosso mercado, algumas autorizadas chegavam a cobrar valores absurdos, até mesmo R$ 115.000. E hoje, por quanto é possível encontrar um Sonata usado no mercado?
Veja abaixo, com base na tabela FIPE:
- Sonata 2011 – R$ 56.245
- Sonata 2012 – R$ 58.940
- Sonata 2013 – R$ 64.028
- Sonata 2014 – R$ 66.531
Sonata – motor, câmbio e desempenho
A linha de motores do Sonata, em suas várias gerações, já teve opções bem variadas. Desde as opções 1.6, 2.0 e 2.4, a gasolina, até um motor 1.7 turbodiesel. Além delas, o sedã já teve motores maiores, como 2.5, 2.7 e 3.0, todos V6.
Mas o Sonata vendido no Brasil sempre teve o propulsor de 2,4 litros, quatro cilindros e 16 válvulas. Esse motor é dianteiro, transversal, com injeção multiponto e comando de válvulas duplo no cabeçote.
A potência divulgada inicialmente era de 198 cv, como nos Estados Unidos, mas acabou sendo menor, ficando em 182 cv e 23,3 kgfm de torque.
O conjunto também contava com uma transmissão automática sequencial de seis velocidades. Dessa forma, o Sonata acelerava de 0 a 100 km/h em 10,1 segundos, chegando a uma velocidade máxima de 208 km/h.
Sonata – consumo
Com motor 2.4 16V, que podia ser abastecido apenas com gasolina, o Sonata tinha médias de consumo de 8 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada.
Sonata – manutenção e revisão
Veja abaixo os valores para todas as revisões programadas do Sonata (que tem valor total, até os 60.000 km, de R$ 4.368,93), conforme informações no site da Hyundai:
- 10.000 km – R$ 439,76
- 20.000 km – R$ 718,68
- 30.000 km – R$ 662,36
- 40.000 km – R$ 1.043,00
- 50.000 km – R$ 563,85
- 60.000 km – R$ 941,28
Com exceção da primeira revisão, que tem mão de obra gratuita, as outras tem valor cobrado à parte. Esses valores não são informados no site, apenas nas concessionárias.
Sonata – ficha técnica
Motor |
2.4 16V |
Tipo |
Dianteiro, Transversal e Gasolina |
Número de cilindros |
4 em linha |
Cilindrada em cm3 |
2.359 |
Válvulas |
16 |
Taxa de compressão |
10,5:1 |
Injeção eletrônica de combustível |
Multiponto |
Potência Máxima |
182 cv a 6.000 rpm |
Torque Máximo |
23,3 kgfm a 4.000 rpm |
Transmissão |
|
Tipo |
Automático de seis velocidades |
Tração |
|
Tipo |
Dianteira |
Freios |
|
Tipo |
Discos ventilados (dianteira) e sólido (traseira) |
Direção |
|
Tipo |
Hidráulica |
Suspensão |
|
Dianteira |
Independente, McPherson |
Traseira |
Independente, multibraço |
Rodas e Pneus |
|
Rodas |
Roda de 18 polegadas |
Pneus |
225/45 R18 |
Dimensões |
|
Comprimento total (mm) |
4.820 |
Largura (mm) |
1.835 |
Altura (mm) |
1.470 |
Distância entre os eixos (mm) |
2.795 |
Capacidades |
|
Capacidade de carga (kg) |
555 |
Tanque (litros) |
70 |
Peso vazio em ordem de marcha (kg) |
1.508 |
Peso bruto total (kg) |
2.063 |
Coeficiente de penetração aerodinâmica (Cx) |
0,28 |
Sonata – fotos












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